|Resenha| A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón





Título: A Sombra do Vento
AutorCarlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras
Número de Páginas: 400
ISBN9788560280094
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"Os livros são como espelhos, nele só se vê o que possuímos dentro."


Pare um instante e pense em um autor que escreve muito, mas muito bem.



Certo.


Se você não pensou em Carlos Ruiz Zafón, talvez devesse repensar seus conceitos.
E sério, não estou exagerando, não. Essa é uma das verdades que A Sombra do Vento nos deixa, talvez a mais incontestável no meio de tantas outras que, na medida certa, nos fazem parecer mais sábios ao virar a última de suas páginas.

Tudo começa com Daniel, um garoto de 11 anos (nota aleatória: se um livro começa com uma criança de 11 anos, é sucesso garantido!) que desperta em desespero por ter esquecido o rosto da mãe falecida. O pai, então, decide que já está na hora de Daniel conhecer um segredo, O Cemitério dos Livros Esquecidos (que dá nome à série), um local misterioso que abriga todos os livros que foram perdidos pela Humanidade. O pai lhe diz que ele tem de escolher um livro e tornar-se seu guardião, é assim que o menino escolhe "A Sombra do Vento", um livro que ele depressa lê e fica maravilhado. Daniel quer mais livros de Julian Carax, o escritor do livro, mas logo descobre que todos os (poucos) livros da autoria de Carax foram exaustivamente caçados, comprados ou roubados por alguém de identidade desconhecida, e então destruídos em fogo.


Daniel fica intrigado e, nos anos seguintes, começa a perguntar-se cada vez mais sobre este misterioso escritor. Até que, certa noite, nosso jovem protagonista (já na adolescência) é perseguido por um homem estranho, que possui o nome do personagem antagonista do livro de Carax, que lhe propõe a compra de “A Sombra do Vento”, que deve ser destruído. Daniel diz que vai à procura do livro, mas na verdade decide escondê-lo novamente no Cemitério dos Livros Esquecidos e se torna determinado a descobrir o paradeiro de Julian Carax.

Zafón nos permite seguir duas linhas de histórias paralelas (algo que parece ser recorrente nas histórias do autor) uma no passado e outra no presente, aqui, a de Julian Caráx e a de Daniel Sempère, cada uma com seus maravilhosos personagens e suas tramas singulares, narradas perfeita, poética e magicamente — até a forma como ele descreve uma topada em uma pedrinha na rua fica lindo —, sentimentos palpáveis, tudo isso compartilhando um mesmo cenário, uma Barcelona de outra era. Mas é quando essas duas linhas narrativas se tocam, que a mágica acontece. Mas isso é algo que você deve ver/ler para crer.

“A Sombra do Vento” é incansável. Sabe aquelas partes do livro que são insuportáveis até chegar algo que valha a pena? Não existe aqui. E quando chega o clímax... nossa. ISSO QUE É LIVRO!!

Acredite em mim, uma vez que você é tragado pela realidade descrita, é impossível largá-lo. E que, no fim, é possível descobrir que ainda há verdadeiros magos nos dias de hoje, controlando com maestria o elemento da linguagem. Zafón é, sem dúvidas, um deles.

A Sombra do Vento é, como o próprio livro diz, uma história de “livros malditos, do homem que os escreveu, de um personagem que fugiu das páginas de um romance para queimá-lo, de uma traição e de uma amizade perdida. É uma história de amor, de ódio e dos sonhos que moram na sombra do vento” (pag,147).
Notas-Aleatórias-2:
          

* Para as Garotas : Tem romance! (e um cadinho de tragédia, eu diria...) Mas é lindo!      

* Esses livros metalinguísticos, livros sobre livros, são os melhores. Vide “A Menina que Roubava Livros”, “A Culpa é das Estrelas”...      

* Esse grande aqui está no top 5 de livros do Diio <3



Claudio Pereira
Claudio PereiraClaudio Pereira, vulgo Diio, tem 20 anos e se assusta ao escrever isso. Já foi CDF e nerd. Hoje é só nerd. É estudante de Administração e sonha em ser escritor, mas ainda não sabe disso. É o mais indeciso dos indecisos e sempre precisa adiantar seu relógio em 30 minutos para não chegar atrasado aonde quer que vá.

Ideval Junior

Capricorniano. Blgoueiro nos tempos livres. Adimirado pela sua Estante. 18 anos.

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